Petição Pela reinstauração da Falta de Castigo nas escolas básicas e secundárias
Para: Governo da República Portuguesa
A discussão em torno dos casos de suicídio de alunos e professores nas escolas encontra-se centrada no recém-descoberto fenómeno do bullying. Os intervenientes, pais, alunos e professores atiram as culpas uns para cima dos outros, mas o problema não se resume a isso, esses casos não têm apenas a «violência» dos alunos como causa. As crianças são naturalmente irrequietas e irreverentes e isso pode não ser negativo se puder ser bem aproveitado na sala de aula.
Os alunos de hoje não são mais desumanos que os de outras épocas, mas estão habituados desde cedo a um clima de completa impunidade no que respeita ao mau comportamento, o que noutros tempos seria «mostrado» de forma a ser «bem percebido». Já não se pode «mostrar» aos alunos que certos comportamentos são inadequados e às vezes eles não percebem só com argumentos verbais, podendo estes não fazer parte ainda da sua bagagem cultural.
Os alunos conversam em voz alta na sala de aula, ignorando por completo a presença do professor, impedindo mesmo que este possa ensinar seja o que for. Nem têm consciência que estão a ser mal-educados. Levantam-se e passeiam na sala de aula, sem pedir autorização, como se fosse a coisa mais natural deste mundo. Jogam às cartas, brincam com telemóvel, etc.. Se o professor os admoesta por comportamentos inadequados eles mostram-se revoltados e injustiçados porque não foram só eles a ter esse comportamento, logo «é injusto» que o professor os «maltrate». Não percebem que são eles que maltratam o professor, com atitudes impróprias, com falta de respeito, com injúrias, com violência verbal e física por vezes.
Porque é que os alunos são assim? Porque sentem as costas quentes. Têm as costas aquecidas pelo abraço fraterno da Lei que lhes dá todas as garantias possíveis e eles não são burros. Sabem que o poder precisa deles, precisa mostrar estatísticas de sucesso. Percebem também que o professor precisa deles, porque sem eles estaria desempregado. Percebem ainda que o professor não lhes pode aplicar qualquer sanção convincente como, por exemplo, uma falta de castigo com consequências sérias, a expulsão em último caso. O simples facto de existir essa possibilidade já impõe respeito. O espectro da expulsão é persuasivo.
E os pais? Os pais de hoje são diferentes dos de ontem? De certo modo sim, se antes os pais partiam do princípio que o professor era um prolongamento da autoridade paterna que garantia a educação que eles gostariam de poder dar aos filhos, e autorizavam o professor a bater nos meninos quando fosse preciso, na sociedade violenta e competitiva em que hoje vivemos o professor é um adversário dos pais, corporiza o «condutor do lado» que é sempre o culpado, para além disso, os pais tendem a proteger os filhos contra a sociedade violenta em geral, ensinando-lhes que se devem «defender» atacando.
Mas os próprios pais estão sob a mira da sociedade violenta e competitiva, do politicamente correcto que combate a violência doméstica mas defende a inclusão social dos marginais ou potenciais marginais que deviam estar num reformatório. Ai do pai ou da mãe que dê uma boa tareia pedagógica a um filho. Pior ainda quando a criança tiver só um progenitor, separado, viúvo ou solteiro, isto é, se pertencer a uma família monoparental como é politicamente correcto dizer-se. Vizinhos, escola, comissões de menores, psicólogos, ficam todos de olho nele para ver se esse progenitor não comete o crime de dar alguma sova, merecida ou não, à criança. Tiram-lhe logo a(s) criança(s) e entregam a uma família de acolhimento ou a uma instituição. Isto em vez de ajudar o progenitor em dificuldade a educar a sua criança como deve ser.
Estamos todos tramados, pais, filhos e professores, essa é que é essa! Haverá solução?
Sim, para prevenir casos extremos de violência nas escolas é preciso devolver a autoridade a pais e professores, para bem das crianças e dos homens de amanhã, desculpem o lugar-comum.
Por isso, pretende-se com esta petição ver reinstaurada nas escolas a FALTA DE CASTIGO com consequências. 3 faltas dão suspensão de uma semana a um mês e a reincidência dá expulsão do ensino para o secundário, ou transferência para um reformatório no ensino básico!
