Petição Pela Saída de Portugal da Zona Euro
Para: Assembleia da República; Primeiro-Ministro; Presidente da República
Subscrevemos esta petição todos os cidadãos portugueses que nos sentimos enganados e prejudicados pelo euro-sistema económico, importado e implementado sem a aferição da vontade expressa do povo português.
Queremos proclamar a necessidade de saída de Portugal da Zona Euro e da UE, com base em argumentos informados e transparentes, realistas, para o que defendemos a necessidade de estabelecimento de um grupo de trabalho multidisciplinar, dentro da orgânica do Estado, e no seio das universidades portuguesas em conjunto, de forma a que se produza um plano de saída de Portugal da Zona Euro e da UE. Esse plano avaliará cenários e previrá possíveis consequências, em resposta às quais devem ser antecipadas soluções ou estímulos aplicáveis às circunstâncias resultantes do projecto de saída. Os resultados serão divulgados, debatidos e vertidos em decreto de forma a re-constituir do nosso país fora da União Europeia.
Não nos sentimos incluidos nem representados pelas políticas económicas a que estamos sujeitos há longos anos em nome de uma união entre pares que nunca se consubstanciou, e cujos orgãos dirigentes instituiu sem o escrutínio do povo português, e dos demais povos que congrega. Destas políticas, decantadas de ideologias euro-cêntricas pela indiferenciação sócio-cultural e programática, vertem agora ditames de conveniência que não só contrariam o cumprimento das expectativas de harmonização formuladas pelos Critérios de Convergência, como ainda se impõem sobre uma maioria popular oprimida e desinformada, sem sua autorização expressa e em seu prejuízo directo.
Sob medidas de empobrecimento que vulnerabilizam o Estado português, nós, o povo português, vemo-nos oprimidos por actos de repressão autorizados pelos nossos representantes políticos, que sucessivamente penalizam o esforço para ultrapassarmos metas que nos são simultaneamente exigidas e vedadas no seio de uma suposta União de estados Europeus. Não vemos os frutos da suposta solidariedade entre membros, quando a cedência de posição de um país lhe traz prejuízo directo, e encaminha todo o benefício na direcção das instituições que consolidam outros governos, na sombra de uma suposta democracia. A união de esforços é fictícia, os resultados beneficiam poucos, e são muitos os encarregados de encetar as mudanças que deveriam responsabilizar e consolidar todos.
Como era previsível, ao abdicar da soberania monetária, Portugal perdeu também a capacidade política para dirimir os desiquilíbrios económicos e sociais de que somos vítimas desde a entrada no Euro. Verificando que a sustentabilidade de membros fortes corrompe a sobrevivência de membros fracos, estratégia que que não entendemos como casual, consideramos justificados os motivos para a saída de Portugal da União Europeia e Zona Euro, bem como justificado um pedido de indemnização por todos os danos causados à economia do nosso país durante décadas, de entre os quais a possibilidade de adoptar estratégias alternativas com maior benefício para Portugal e seu parceiros.
Num momento em que culmina um longo caminho de degradação consistente de todos os indicadores económicos de Portugal no Euro, com consequente perda de competitividade, desresponsabilização institucional e dissolução da identidade nacional, e em que se perspectiva o agravamento progressivo das circunstâncias internas e externas, por um penoso período sem fim à vista, nós importamo-nos por um futuro que não seja atemorizador, um futuro com promessas cumpridas, um futuro que siga na direcção da verdadeira soberania, sustentabilidade e democracia em Portugal.