Alteração do programa de Matemática A
Para: Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia da República; Primeiro-Ministro; Ministro da Educação; Professores; Pais e alunos
Posição de professores de Matemática relativamente ao programa de Matemática A homologado em 2014
Os professores de Matemática relativamente ao programa de Matemática A homologado em 2014, consideram que:
1. O programa e as metas curriculares propõe uma abordagem da disciplina demasiado formal. Consideramos que esta abordagem não é adequada ao estado de desenvolvimento cognitivo de um aluno normal, o que impede que uma larga maioria dos alunos, em condições normais, consiga atingir as metas definidas.
2. O programa e as metas curriculares prescrevem uma quantidade de temas a abordar que não é compatível com a carga horária da disciplina. Uma abordagem de todos os temas e metas prescritos resulta numa prática lectiva sem tempo para a resolução de exercícios e exploração de situações de aprendizagem para permitir uma correta apropriação dos conteúdos.
3. O programa e as metas curriculares não definem o nível de detalhe e aprofundamento desejável. Os cadernos de apoio disponibilizados e os manuais escolares definem abordagens muito ambiciosas, que consideramos desajustadas, que não contribuem para clarificar os aspectos essenciais em cada tema.
4. A inexistência de informações relativamente à avaliação externa deste programa impede uma definição clara do grau de aprofundamento de cada tema que será exigido aos alunos.
5. Notícias recentes sobre ajustamentos e alterações que têm vindo a público acrescentam incerteza ao processo de tomada de decisão, dificultando a preparação e tomada de decisões sobre a leccionação do programa.
Neste sentido, vem este grupo de professores solicitar às autoridades competentes que:
• Sejam produzidas e publicitadas as alterações do programa que se impõem, no sentido de normalizar e adequar o currículo às condições existentes, nomeadamente a carga horária semanal da disciplina, ou a afectação de mais tempos semanais à leccionação da disciplina por iniciativa das estruturas centrais do Ministério.
• Sejam produzidas e publicitadas orientações e exemplos que definam com clareza as abordagens preferenciais e o grau de aprofundamento de cada tema, uma vez que os cadernos de apoio produzidos e os manuais escolares, que apesar de serem certificados, não permitem inferir com clareza o nível de dificuldade a não exceder.
• Seja clarificado o referencial da avaliação externa que virá a incidir sobre as aprendizagens resultantes da leccionação deste programa.
Braga, 7 de Junho de 2016