Petição pela abolição das touradas na cidade de Castelo Branco
Para: Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco e Presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco
Considerando que:
a) A ciência reconhece, inquestionavelmente, a maioria dos animais – incluindo cavalos e touros – como seres sencientes, capazes de sentir dor e prazer, físicos e psicológicos, bem como: sentimentos de medo, angústia, stress e ansiedade;
b) As touradas gozam em Portugal de um injustificado regime de excepção legal, uma vez que, o n.º 2, do artigo 3.º, da Lei n.º 92/95 admite que: «2 – É lícita a realização de touradas, sem prejuízo da indispensabilidade de prévia autorização do espectáculo nos termos gerais e nos estabelecidos nos regulamentos próprios»; contradizendo, frontalmente, com o n.º 1 do artigo 1.º da mesma lei, que declara que: «São proibidas todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes em que, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal.» – o que é, manifestamente, o caso das touradas
c) Em pleno séc. XXI as touradas são tradições que não são aceitáveis em termos de evolução de um povo. Sendo que o progressivo abandono de tradições retrógradas, contrárias a um sentido humanista de cultura como aquilo que contribui para nos tornar melhores seres humanos, é o que caracteriza a evolução mental e civilizacional das sociedades e melhor corresponde à sensibilidade contemporânea;
d) A maioria da população portuguesa é contra a tauromaquia, conforme mostra um estudo realizado em 2007, pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE;
e) Não existe um único argumento que permita validar que a tortura em nome do entretenimento seja aceitável em termos éticos ou morais;
Pelo exposto, vimos requerer a V.as Ex.as que não permita que estas práticas, e em particular o evento tauromáquico a ser realizado no dia 27 de Junho de 2015 (e outros possivelmente agendados) aconteçam na cidade de Castelo Branco, tendo em consideração que, ao contrário de as dignificarem, as denigrem aos olhos dos cidadãos albicastrenses e portugueses, pois violam deveres elementares no que respeita ao nosso relacionamento com os animais, além da própria dignidade e evolução Humana."