Movimento «Biblioteca Municipal para Soeiro e Escola Secundária para Eça», Baião
Para: Câmara Municipal de Baião
O Movimento «Biblioteca Municipal para Soeiro e Escola Secundária para Eça» tem como finalidade elevar os nomes dos dois grandes escritores mencionados a Patrono das duas instituições indicadas, sitas na vila de Baião.
A importância de Eça de Queirós, o genial filho adotivo de Baião, é sobejamente conhecido, havendo quem o considere o maior romancista português de sempre.
Quanto a Soeiro Pereira Gomes, criador do Neo – Realismo, conjuntamente com o ribatejano Alves Redol, é inquestionavelmente, até aos dias de hoje, o Maior escritor baionense.
Autor de três livros memoráveis, especialmente o imortal «Esteiros», Soeiro ganhou direito a um lugar inolvidável no panorama literário nacional.
Pois para a conquista dos céus da criação literária não é preciso escrever muito - : o que é preciso é ESCREVER! – e isso são poucos, pouquíssimos, que o sabem fazer!
Resistente incansável durante a ditadura salazarista, o escritor baionense viria a falecer prematuramente, na clandestinidade, com a idade de quarenta anos, vitimado pela doença incurável que cruelmente o fora devastando, sem poder beneficiar sequer de paliativos para minorar tão grande e atroz enfermidade.
Em razão de tão grande contributo para a literatura portuguesa e do seu esforçado empenho para a reconquista da liberdade do Povo Português é que o nome de Soeiro Pereira Gomes cintila tão alto, tão alto, que é difícil vislumbrar outro baionense com tão grande reconhecimento nacional.
De facto, sem procurar ignorar ou deslustrar notáveis personalidades baionenses como o teólogo e escritor Bernardo Augusto Madureira Vasconcelos, como o bravo resistente antifascista Agatão Lança, como o prolífico escritor infanto – juvenil António Mota, ou outros ainda, Soeiro Pereira Gomes, o virtuoso talento literário de Gestaçô, é inquestionavelmente a figura mais representativa de Baião, até aos dias de hoje (à exceção obviamente, de Egas Moniz, aio de D. Afonso Henriques e Senhor de Baião). Eis um inventário, quiçá incompleto, do reconhecimento póstumo que a Pátria consagrou a Soeiro Pereira Gomes: Patrono de, pelo menos, duas escolas: uma em Alhandra, Vila Franca de Xira; outra no Laranjeiro, Almada.
O Prémio Literário atribuído pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira honra também o seu nome. Na mesma cidade, uma Livraria consagra o grande escritor baionense. Nenhum baionense cintila tão alto. Mas não é tudo. Soeiro Pereira Gomes tem uma rua no Porto (freguesia de Aldoar), Lisboa (freguesia de Nossa Senhora de Fátima), Oeiras (freguesia de Bracarena). E também podemos ver toponimicamente consagrado o seu honroso nome na Amadora, Ponte de Sôr ou Charneca da Caparica, por exemplo.
E quanto a Baião? Já houve o bom senso de lhe term sido atribuídas duas ruas no Concelho: uma em Campelo ( a qual contém um café com o nome «Soeiro», provavelmente o do escritor); outra na sua abençoada Gestaçô, que tão magnífico escritor deu à luz.
Era altura de os baionenses terem noção cabal da grandeza de um seu filho literariamente tão prodigioso e ingente. Eis a vantagem de ter escrito, nas suas amáveis e enternecedoras palavras, «Para os filhos dos homens que nunca foram meninos».
Se Soeiro é, literariamente, o Melhor filho natural de Baião, Eça de Queirós é, por sua vez, o seu Melhor filho adotivo. E se Soeiro deveria ser honrado como Patrono da Biblioteca Municipal de Baião, Eça, o genial autor de «A Cidade e as Serras», mereceria ver o seu nome consagrado como Patrono da Escola Básica e Secundária de Baião.
Seria uma mais valia cultural, prestigiando o Concelho de Baião aos olhos de quem o conhece, visita e ama.
