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Petição pelo fim dos Circos com Animais na cidade de Coimbra

Para: Ex.Mo Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Coimbra; Ex.Mos Srs. Deputados municipais; Ex.Mos Srs.

"O circo ensina as crianças a rir da dignidade perdida dos animais. Nesse caso, a 'humanização' dos bichos reflecte claramente a falta de humanidade das pessoas projectada em um macaco de vestido, camuflada sob os risos."
~ Olegário Schmitt.

O pensamento que os animais nasceram no circo e apreciam executar ‘truques’ totalmente em desacordo com a forma como viveriam na natureza advém da deturpação institucionalizada acerca do que são os Circos com animais, aliada a um certo romantismo com que a generalidade dos órgãos de comunicação social e a sociedade em geral encaram esta questão.

“Eu bati no elefante porque ele não queria fazer o exercício, e isso não nego. Não podemos deixar que um animal faça aquilo que quer, ou então não há respeito, e o domador não está ali a fazer nada”.
~ Victor Hugo Cardinali

Os “tratadores” dos animais de circo usam o método de Pavlov, ou seja, treinam os animais usando o reflexo condicionado, através da dor e da privação de alimentos. Os leões são chicoteados nas pontas dos dedos e no lombo até executarem a tarefa pretendida pelo domador. Durante o circo, o domador não chicoteia o leão, apenas usa o barulho do chicote que animal reconhece e por condicionamento (através da dor) intimida-se e cede à vontade do domador. Os macacos, por exemplo, são pontapeados e apanham estalos enquanto são treinados. Os ursos são obrigados a pisar chapas de metal quentes ao som de determinada música. Durante o “espectáculo” os ursos ouvem a música que foi usada enquanto foram torturados e por reflexo movimentam-se, levantando as patas.

Quando não estão a serem torturados durante o treino os animais são confinados em espaços exíguos, acorrentados em pequenas jaulas sem as mínimas condições naturais de bem-estar.

Em muitos casos o acumulo do confinamento com a tortura do treino leva a que os animais enlouqueçam ou mesmo colapsem e percam a vida.

Estas condições que afectam a saúde física e psicológica dos animais reduzem consideravelmente o seu tempo de vida. Os elefantes de circo, por exemplo, vivem de 14 a 17 anos. Menos de metade do que a esperança média de vida dos que vivem em liberdade, 70 anos.

Reforçamos que estamos a falar da exploração, confinamento e tortura de animais não humanos, seres cuja senciência foi já reconhecida pela comunidade cientifica, de onde se destaca a Declaração de Cambridge sobre a consciência em animais humanos e não-humanos, redigida por um painel de reconhecidos cientistas, e publicada em 2012, que afirma que os animais não humanos são dotados de consciência; e que tal reconhecimento foi transposto normativamente pelos ordenamentos jurídicos Neozelandês e Francês que alteraram os seus códigos civis para neles incluir o reconhecimento da senciência em animais não humanos.

Constata-se igualmente que os circos com animais já não atraem pessoas como acontecia há décadas atrás, apresentando uma acentuada tendência para se tornarem pouco rentáveis. A própria sociedade evoluiu em consciência ao ponto de a grande maioria dos cidadãos se compadecer do sofrimento do animal, recusando em consequência financiar um negócio que se baseia na sua exploração e tortura.

Não devemos também esquecer que cada animal utilizado em circo significa um emprego a menos. Um artista desempregado e um animal escravizado e condenado a viver pelo resto da sua vida enjaulado e sendo obrigado a desempenhar um papel completamente incompatível com sua natureza. Ao proibir o uso de animais em circos mais oportunidades de empregos para artistas humanos de talento inquestionável serão criadas.

De salientar que o público nos circos é maioritariamente infantil. As crianças ao assistirem um espectáculo de circo com animais reterão na memória uma deturpada visão do que são os comportamentos naturais dos animais, o que do ponto de vista pedagógico em nada as enriquece, pelo contrário, proporciona um maior distanciamento e frieza em relação aos animais pois transmite a ideia de que estes poderão ser confinados, usados e torturados para mera diversão humana. Em circos sem animais a diversão continua garantida e a sociedade será mais justa, visto que o exemplo dado às crianças será de esforço e superação humana, e não mais de exploração e dominação pela força.

Considerando que:
- os animais nos circos vivem toda a sua vida fora do seu habitat natural;
- os animais nos circos são sujeitos a sevícias físicas e psicológicas que contribuem para a sua reduzida esperança média de vida;
- os animais nos circos vivem confinados e acorrentados em espaços exíguos, elevando os seus níveis de stress com consequências potencialmente dramáticas para a saúde física e psicológica do animal;
- as crianças são presença assídua nos circos, retendo na memória os comportamentos deturpados dos animais e uma relação que se baseia na exploração e dominação pela força;

vimos com esta petição solicitar o agendamento numa próxima Assembleia Municipal da discussão deste tema de forma a que delibere recomendar à Câmara Municipal de Coimbra que não emita licenças a espectáculos circenses que incluam a exibição ou utilização de animais.

Substituir animais por arte é uma tendência mundial e irreversível. Demonstra claramente a existência de civilidade que deve ser institucionalizada e valorizada.

Os signatários



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Esta petição foi criada em 18 junho 2015
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