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Petição Proposta de Criação do Dia Nacional da Prevenção e do Combate ao Stress

Para: Assembleia da República

Destinatário: Assembleia da República

Proposta de Criação do Dia Nacional da Prevenção e do Combate ao Stress

Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República,

Tendo em conta que:

1. O Stress é uma das epidemias do nosso tempo e, segundo a Organização Mundial de Saúde, com tendência a agudizar-se ao longo do Século XXI caso os estilos de vida actuais se mantenham constantes;

2. Futuramente, espera-se um panorama ainda mais cinzento face ao aumento do número de pessoas que sofrem de stress associado ao decréscimo das condições de trabalho, sendo que já actualmente existem mais de um em cada quatro trabalhadores da União Europeia;

3. As conclusões recentes da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e do Trabalho e da Agência Europeia para a Saúde e Segurança no Trabalho têm apontado um impressionante impacto negativo do stress para a Qualidade de Vida dos cidadãos;

4. O stress é o segundo maior problema relacionado a saúde no trabalho, afectando cerca de 20% dos trabalhadores na Europa dos 15. Em Portugal esta percentagem é ainda maior, afectando cerca de 28% da força activa de trabalho;

5. Entre 2000 (18,2%) e 2005 (28%) os níveis de stress sentidos pelos cidadãos portugueses aumentaram significativamente, apresentando-se agora com um acréscimo de 9,8%;

6. Entre 50% a 60% dos dias de absentismo estão relacionados com o stress, o que representa um grande custo em termos de performance económica europeia e mostra que o stress afecta não só a saúde e segurança dos indivíduos, mas também a saúde das organizações e das economias nacionais;

7. Na União Europeia, 30.6 milhões de dias foram perdidos apenas no ano 2000, com um custo anual de 20 biliões em tempo de trabalho perdido e gastos em tratamentos, valores que estão pelo menos nos mesmos níveis em Portugal;

8. Vários estudos demonstram ainda o impacto prejudicial do stress na saúde física e mental, na diminuição da esperança de vida e do bem-estar. Ao nível físico, o stress provoca não só problemas como o aumento da tensão arterial e do ritmo cardíaco, da obesidade, da debilitação do sistema imunitário, da vulnerabilidade à gripe, como também problemas mais graves como a propensão ao cancro;

9. Ao nível psíquico, o stress diminui a satisfação e bem-estar, provoca problemas sexuais, comportamentos de violência e até suicídio. O stress crónico está relacionado também com patologias como desordens de ansiedade, bipolaridade e perturbações depressivas;

10. Existem também consequências cognitivas provocadas pelo stress, como a diminuição da memória a longo-prazo, da atenção concentrada, da capacidade de resolução de problemas e filtragem de informação irrelevante. Como resultado, surgem nefastas implicações numa diminuição da saúde e bem-estar cognitivo, com maior propensão a erros e acidentes, devido a uma experiência constante de confusão mental, dificuldades de concentração nas tarefas mais simples, dificuldades de aprendizagem e problemas de decisão nas actividades do quotidiano;

11. As hormonas do stress são também conhecidas pela capacidade de alterar os estados emocionais e as características personalísticas, aumentando os níveis de irritabilidade, hostilidade, frustração, fúria, agressividade, indiferença para com a auto-imagem estética, comportamentos impulsivos e obcessivo-compulsivos, locus de controlo externo e atitude defensiva. Em Portugal, já 16% dos portugueses admitem que o trabalho provoca irritabilidade e 13,6% enunciam que o trabalho provoca ansiedade, o que estará relacionado com o aumento dos níveis de stress ocupacional e com as exigências emocionais, uma vez que 25,6% dos portugueses enuncia que o seu trabalho é quase sempre emocionalmente exigente;

12. O stress tem também importantes consequências na esfera social uma vez que, só em Portugal, 6,3% confessa não ter bons amigos no trabalho. Estas consequências estão relacionadas com as alterações personalísticas e com a diminuição das competências assertivas necessárias a um sentimento de conforto social, a um pedido de ajuda, que resulta num isolamento e diminuição do suporte social, o que provoca maior vulnerabilidade e incapacidade de gestão de novas situações stressantes;

13. Os efeitos negativos do stress estão presentes nos mais variados contextos e afectam todas as esferas e fases da vida, não só profissional como também escolar, académica, familiar, pessoal e social;

14. Em Portugal parece não haver uma sensibilização destes factos, já que os especialistas nos factores psicossociais revelam que o stress não é tido como uma questão política importante, com ambiguidade legal sem resposta aos seus riscos e sem sistema de monitorização nacional que identifique os factores e os grupos de risco.

Ao propor a criação do Dia Nacional da Prevenção e do Combate ao Stress, o Instituto de Tecnologia Comportamental – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (INTEC), tem como objectivo consciencializar todos os agentes e cidadãos para os efeitos nefastos dos elevados níveis de stress, bem como promover a divulgação de estratégias de prevenção e combate aos elevados níveis de stress, nas várias esferas da sua vida (profissional, familiar, social).

Os cidadãos abaixo-assinados vêm sugerir a Criação do Dia Nacional da Prevenção e do Combate ao Stress, indicando como possível data o dia 16 de Outubro, data do falecimento de Hans Hugo Bruno Selye, considerado o primeiro proponente do conceito do stress nas áreas da biologia e da psicologia.

Por todas as razões supracitadas, os signatários solicitam que a presente petição seja considerada, no sentido de corresponder às expectativas dos peticionários relativamente a um problema de risco para a saúde pública.

Antecipadamente gratos, apresentamos os nossos melhores cumprimentos.

Os Peticionários



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Esta petição foi criada em 23 Novembro 2009
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