Pelo fim das portagens na Via do Infante
Para: Ex. mo Senhor Presidente da Assembleia da República; Primeiro-Ministro
Em Dezembro de 2011, com o acordo do PS, do PSD e do CDS, entraram em vigor as portagens na Via do Infante. Os três anos que decorreram entretanto confirmaram os alertas de todos quantos se opuseram a esta medida.
A Via do Infante, construída e paga com fundos públicos (nacionais e comunitários) nunca teve um perfil de autoestrada e, actualmente, percorrer todo o Algarve e regresso nesta via custa 23,20€ contrastando com aquilo que se verifica do outro lado da fronteira onde a autoestrada não tem custos para o utilizador.
A actividade económica, incluindo o turismo, foi brutalmente afectada; os rendimentos de muitos algarvios que ficaram sem alternativa nas suas deslocações foram atingidos; a Via do Infante reduziu substancialmente a sua utilização; a sinistralidade rodoviária aumentou em particular na EN125 cujas obras de requalificação estão praticamente paradas. As portagens foram uma decisão criminosa contra o Algarve que apenas beneficiou os interesses da concessionária que continuou a receber largos milhões de euros pela exploração da A22.
Entretanto, os trabalhadores e as populações da região, mobilizaram-se em dezenas de iniciativas, chamando a atenção para as consequências desta política de exploração e empobrecimento que está a arrasar o país e exigindo o fim das portagens. Também na Assembleia da República, por diversas vezes foram levadas à votação propostas visando o fim das portagens que foram sistematicamente chumbadas pelas mesmas forças políticas que as impuseram.
Mas a luta contra as portagens não só não terminou, como são cada vez mais aqueles que compreendem a necessidade de lhe por fim.